A Bunda do Bonde
Sinto e Desejo
Navegantes do MicroPoema...
Você...
Dois MicroPoemas
...
A palavra dura na garganta
não desce nem sobe
para ser vomitada
...
A palavra dura na garganta
machuca minha alma
já muito cansada
...
Como uma farpa na garganta
a palavra é silêncio
que quer gritar
...................................................................................................
boca na boca
...
Quebro o relógio
pro tempo parar
e congelar nosso beijo
...
e
t
e
r
n
a
m
e
n
t
e
...
hoje
Tento, tento tanto...
Tento, logo desisto, Leminsk. Tento escrever um poema e nada, puts-grile!!! Sacola da mãe Joana!!! Um grilo que grila na cachola. Grila, grila, grila! Um micropoema. Tento tanto. E o vento de pensamentos na minha mente insana, vazia, buraco negro num universo de nós. Não o pronome, mas o nó. Aquele que amarra os neurôneos por áreas endrógenas do cerebelo. Debaixo de cabelo de careca. Cabeça que não pensa e age por instintos! E que se dane o mundo: esse formigueiro humano de idiotas; esse cupinzeiro de hipócritas capitalistas; essa praga de parasitas sedentários. Não quero pensar mesmo... que se dane! Pensar é estar doente dos olhos, disse Caeiro desguardando seu rebanho. E algumas ovelhas fogem, com fome, e gritam. E todas as ovelhas cagam no meio do caminho. Que merda! E esses cupins se proliferam em progressão geométrica. Vão comendo tudo que encontram pela frente, deixando apenas cagadas. Cai o barraco. Uma criança no olho da rua, do farol, do viaduto. E o cupim continua. Bando de formigas atômicas em suas máquinas de quatro rodas. Estamos destruindo o Planeta. Quero um copo d'água! Um copo d'água, por favor!!! Moço, me dá um centavo? Me dá um pão? Não quero pensar nos outros! Mas eu sinto, vejo. Sou criança. Quero um abraço! Quero um beijo! Sinto saudades. Quero um colo! O menino que corre sem camisa. E sorri da vida, pra vida! E que se dane o mundo. A madame passa com seu cãozinho de paletó e gravata! E muita gente no rabo rua, nos becos, em todos os cantos, como praga a ocupar o mundo. E o que fazemos? Nada. Estamos destruindo a Terra. Tento, tento tanto. E não agüento. Escrevo um poema!!!
Mundo Imundo
O mundo me cobra
persegue-me
tenho medo
e minha sombra
segue-me
como cobra
à espreita
Tenho medo de mim
do meu passado triste
do meu presente sujo
do meu futuro incerto...
Droga de mundo
que me droga
rouba minha liberdade
devolve libertinagem
fantasias
ilusões...
Mundo imundo
levo a vida
e a vida me leva
para o fundo
do poço
amarra-me pelo pescoço
e sufoca meu grito
de Liberdade
de infinito
Põe nos meus olhos
a imagem
do cão
e faz lavagem
cerebral
nos meus ouvidos
mas meu grito rouco
meu canto louco
emergirá!
do livro Gritos de Liberdade
Valeu Marcelino e Aquele Abraço!!!
O Outro
Amor, coisa de trocha
essa flor rocha que inflamacacho de formiga no vão das coixasamor teimoso, tanto bate até que apanha24/09/2005
O Milagre
óculos quebrados
e um ovo
evolui
óvulo e
espera o
esper-
-mato-
-zóide
esperto e
vivo
Cosmospermas
perdidos
pernas
ralos
privadas
privados
de vida
mas dentre
trilhões
sou um
Nu Começo
...............................................era verbo
(amar?)..................................................................
...............................era sonho, era signo
..................................era nome,.................................. pô-ema
.........................................que se fez carne
.........................................que se fez vácuo
fato
.tripa
........................................que se fez gente
......................................que se fez livro
Hábito
Habito solitário
e quando chego em minha toca
ponho todos os meus rabos pra dentro
e depois abro as portas dos meus livros
e as palavras pulam, cantam, gritam, gozam...
sussurram em meus ouvidos
seus sólidos segredos
e tomam conta da casa toda
ultrapassam as paredes como fantasmas
tiram a minha roupa
se atrevem a entrar sob meus cobertores
e me acariciam como lajotas, tijolos, blocos e pedras
até que eu durma
em paz
sem palavras
sem...
...........pa...
...................la...
............................vras...
Espaço Qualquer
Me sinto deslocado
Num canto qualquer
Do imóvel
Locado
Numa esquina qualquer
Numa ex-quina qualquer
Do móvel
Deslocalizado
Num espaço qualquer
Entre a minha angústia
E as paredes gélidas
De um espaço qualquer
Conversapoetando
Procuro Meu Sonho
A rosa dos sonhos
que tive na infância
murchou lentamente
voou levemente
...
Não vejo o sonho
e nem a saudade
ficaram perdidos
no tempo vazio
...
Há lágrimas, hoje
tão secas no olhar
que triste me sinto
na falta de alguém
...
Procuro meu sonho
no escuro do quarto
encontro o passado
brigando comigo
...
do livro Gritos de Liberdade
Eu Te Amo
o vento
folhas e flores no chão
meu caminho enfim
ganho asas
vou sozinho
tenho saudades
ela toca toca o infinito
desse céu azul
que há dentro dos meus olhos
...
preciso de você
eu te amo
O Menino Sujo no Luxo
Portas
portas batidas
a mão que toca a porta
e gira a chave e fecha
e prende, impede
o amor que fica fora
e bate à porta
A Caverna
Ilusão
a fome nos olhos
a barriga nas costas
o pobre do homem
na sua lida de cego
esquece da vida
caminha pra morte
Jardim Secreto
há um vazio bem grande dentro de mim
cabem todas as pessoas que eu amo
e ainda sobra espaço
o espaço em que cultivo meu jardim
flores lindas eu já plantei
mas ninguém compreende o meu vazio
a beleza que eu posso construir dentro deledo livro Quando Uma Alma Encontra Outra
Coca-Cola
Quase louco
de paixão
caio
na cadeira
de um bar
...
Chapo a cara
e encho o coco
de coca-cola
...
Quando acordo
da ressaca
tenho em cacos
meu coração
carentedo livro Quando Uma Alma Encontra Outra
Pensando um pouco... nos outros
Um dedo de prosa à toa
Um Copo de Poema
O Amor Entende
Loucuras
Anelação
Não aspiro
mais que um beijo
meu desejo
no papiro
...
Quero o novo
meu anélito
tão inédito
quanto um ovo
do livro Gritos de Liberdade
E o Verbo Se Fez Sangue
O rapaz estava ausente num canto da sala. O professor apareceu na porta, deu uma olhada varrendo todo o espaço e entrou. Aula de Introdução à Semiótica. Começo de semestre depois das férias de julho.
Na véspera daquele dia o rapaz chegara. Estava radiante por ter descansado um mês inteiro do barulho infernal da cidade grande.
Abriu o portão, cumprimentou o porteiro com um sorriso de boa tarde, disse algumas palavras, pegou o elevador e subiu.
Quando fechou a porta atrás de si teve um choque: tudo era diferente. Não ouvia mais a voz de sua mãe brava gritando com os netos, irmãos. Sentou-se no sofá da sala e ficou a sentir-se a pessoa mais sozinha do mundo. Esperou. E o tempo foi passando. Mas não ouviu seu pai chegando e o barulho do carro ao lado na garagem enquanto ele, o rapaz, assistia à TV. Não era a mesma casa. Não havia o pai perguntando de sua pessoa para a mãe.
Averiguou o quarto. Não era também o mesmo. Foi à cozinha procurar alguma coisa para comer. Tudo diferente. Não havia o café que sua mãe preparava. Não havia biscoitos, pães de queijo. Nada. Só o vazio.
Foi ao banheiro, desesperado. Contou todos os azulejos. Não era o mesmo também. Virou-se para o espelho. E, de repente, o outro. Não era ele. Estava nu. No mais profundo vazio de si mesmo. E então chorou, chorou... Chorou tanto que já não havia mais o que chorar.
Seu corpo estava ali no piso frio do banheiro. A porta trancada. Ninguém o acharia. Era o fim. O fim mais ermo e sombrio do mundo.
Ao lado da privada. Braços esticados alcançando o cesto de lixo de um lado e um caco de espelho do outro. Seu reflexo no espelho quebrado. Partes de um homem espalhadas pelo banheiro todo. E silêncio apenas. Não tinha mãe, não tinha pai, não tinha irmãos, não tenha sobrinhos para chamá-lo de filho, de mano, de tio.
Estava só. Sem família. Sem afeto. Sem agrados. Entre quatro paredes frias. No silêncio de sua solidão. Era o outro. O outro que ele havia esquecido. O outro que batia à porta implorando vida.
O outro arrombou a porta, acariciou o rapaz e, no meio de sangue e lágrimas o matou.
O Chão é Cama
O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama.
...
E para repousar do amor, vamos à cama.
Drummond, in DECLARAÇÃO DE AMOR, Record, 2005.
...
Aviso aos navegantes do MicroPoema que neste sábado e domingo não estarei postando, mas na segunda estarei de volta. Vou respirar o ar da montanha para voltar mais inspirado na segunda-feira. Inté mais!!!
Eu Existo?
Certidão de Nascimento
Carteira de Identidade
Cadastro de Pessoa Física
Carteira de Trabalho
Cartão de Crédito
Cartão de Débito
Título de Eleitor
sou gente, existo
e pago caro por isto
Atestado de óbto: não tem preço!
Tempo
Dormir, por um segundo,
É risco de não vir
A ter mais o mundo
No segundo do porvir.
...
Todo cuidado é pouco
No segundo fatal,
Melhor não ser louco
De perder a hora matinal.
...
Um segundo traz a vida
E a molda no espaço
Da existência à partida
Ao ritmo de um compasso.
...
Um segundo leva a vida
E a sopra o vento
Sobre a flor umedecida
De lágrimas e pensamento.
...
Do livro Gritos de Liberdade, Papel & Virtual Editora, Rio de Janeiro, 2003.
Tempo II
Tempo atrevido,
..........tempo inimigo
....................dos amigos
..............................das horas ocasionais.
..............................Tempo fingido,
....................tempo amigo
..........dos inimigos
das horas matinais....
Do livro Gritos de Liberdade.
Verde Bandeira

Ferem-te e segues,
em pés leves,
de bem em breve.
Tem quem te pegue?
...
Verdes que, de verde,
quem quer se lembre
que nem cedo vedes,
esse verde leve e sempre.
...
Vê que sem terdes
este leque em mente,
de pé perdes
em vezes de repente.
...
Quem deste verde bebe
de se encher,
pense que dele se serve
quem quer apenas viver.
...
Este poema está no livro Gritos de Liberdade. Observe que o poema foi escrito usando-se a vogal e, exceto as palavras bandeira do título e apenas e viver do último verso.
“Independência ou morte”
vamos hastear a vida
vamos hastear o amor
vamos hastear um sorriso
vamos hastear a paz
vamos hastear o presente
vamos hastear a esperança
vamos hastear a justiça
vamos hastear a igualdade
vamos hastear a ordem
vamos hastear o progresso
vamos hastear o futuro
vamos hastear o Brasil07-09-2005
Concurso Literário
E sai nesta quinta-feira 8/9 o resultado da 7ª Edição do Prêmio Literário "Manuel Maria Barbosa du Bucage", nas categorias Poesia e Ensaio, promovido pela LASA, em Portugal, do qual estou participando.Aviso aos navegantes: se você está visitando este blog não deixe de retornar porque estarei publicando sempre textos novos. Aprecie, participe, dê sua opinião. Ela será muito preciosa para mim.
Aquele abraço!!!
Presente
Olhos nos olhos
boca na boca
Quebro o relógio
pro tempo parar
e congelar nosso beijo
e
t
e
r
n
a
m
e
n
t
e
hoje
Poema Sem Nome
É duro quando a palavra é seca
não diz o que a alma sente
e o silêncio é maior que tudo
e não há outros olhos para olhar
só a tela de um computa-dor
conto os minutos
e a vida passa bem depressa
quando vejo já é amanhã
e estou sozinho em plena madrugada
a sonhar o dia que está por nascer
mas outras vezes eu durmo
e meu sono é quase uma morte
de manhã acordo com vontade de ficar
a cama é tudo que tenho de bom na vida
o mundo é só um sonho frustrado
um monte de teclas sob meus dedos
que deslizam secamente pelo teclado
a dizer qualquer coisa e que se dane
porque não há a explicação da vida
há apenas o sabdor de viver
3/09/2005
Medo da Vida
medo da vidamedo do amordedo do passadomedo da dormedo de amanhãdedo do pecadomedo do prazermedo dá morte...medo: dedo da mortecutucando a vida
Gramática Genial
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula, ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."
Esta é uma redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco - Recife) e que obteve vitória em um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática da Língua Portuguesa.
Quando Uma Alma Encontra Outra
Esse é o título do meu livro inédito para o qual estou procurando uma Editora. Os poemas aqui publicados fazem parte de Quando Uma Alma Encontra Outra. Meu objetivo é publicá-lo ainda neste ano, se tudo der certo. Estou vendo algumas possibilidades.
Espero que você tenha gostado de visitar meu blogger! Não deixe de comentar, de sugerir ou criticar. Conto com a sua contribuição, pois ela será muito útil no sentido de saber o gosto do leitor.
Caso tenha gostado, volte sempre. É um prazer saber meus poemas apreciados por você, leitor e leitora. E por isso procurarei estar sempre atualizando esta página.
Caso queira enviar um e-mail: lucimarjustin@hotmail.com
Um abraço!!!
Lucimar Justino
A Vida
Seios
As Sem Razões do Amor
Quando se somam os talentos de um grande poeta, um grande músico e um ótimo fotógrafo e produtor, o resultado é este. Tem como não se encan...

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olhos alheios são espelhos do ego ... a máscara que cobre o ser podre de cada dia dá hoje o que somos ... olhos alheios piedade de nós
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a parede nua e fria e um risco na parede rasgando teu nome gritando teu corpo ... meu sangue frio e um trovão na janela relâmpago que parte ...