Deito para dormir mas não consigo
Os sonhos domam o sono
E os pernilongos me assaltam esfomeados
Como leões selvagens disputam minha carcaça
E me tiram o resto de sangue que me resta
Ouço uma tropa de pernilongos se aproximando em passo cadenciado
Suas turbinas a buzinar nos meus ouvidos
É impossível dormir num inferno de pernilongos
Já contei todos os azulejos da cozinha
Passei para os da sala, fiz revisão
Agora contemplo as paredes do meu quarto
Malditos pernilongos que não me deixam em paz
Quase não levantam vôo de tanto sangue
Se me vissem achariam que jogo tênis
Mas eu esmago pernilongos com uma havaiana na mãoDo livro Quando Uma Alma Encontra Outra
Sonholongo
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