Navegantes do MicroPoema: Avisos importantes

  1. Estarei viajando nesta quinta-feira, depois de acertar as últimas pendências na Universidade, para minha terrinha querida, Estância Climática e Turística de Cunha, SP. Em virtude disso estarei ausente da W.W.W. até 02/01/2006, quando retomo normalmente as postagens neste blog e também novos projetos literários 2006.
  2. Responderei a todos os comentários/mensagens que receber nesse tempo de ausência tão logo retorne.
  3. Desejo a todos(as) um FELIZ NATAL, muita paz, amor, saúde e BOAS FESTAS!!!
  4. Um maravilhoso 2006 com muito SUCESSO para todos nós!!! Fui... em breve estarei de volta!

que tenho eu no mundo?

que tenho eu no mundo?
alguns sonhos
e pés para caminhar: isso é tudo.
sonhos feridos por quem não acredita em mim;
sonhos sangrando...
sonhos que tento sonhar junto.
mas meus sonhos são incompreensíveis.
por isso desejo um buraco bem grande
onde possa me esconder pelo resto da vida.
um buraco que me consuma,
que me ame como sou.
lá onde ninguém alcançará meus sonhos
que brotarão flores.

deus de formiga

Quando criança ficava olhando as formiguinhas
pés descalços na terra
as formigas trabalhando, construindo estradinhas
...
ficava pensando: será que Deus é assim?
um Sujeito bem grande que fica vigiando a gente?
me imaginava um deus
...
e por vezes até interferia no destino das pobrezinhas
mas também ajudava a levar as folhas enormes
me sentia feliz sendo deus das formiguinhas

A Rosa

Por que você me trucida?
enfia
facas
cacos
unhas
dentes
em minha alma de cristal
e depois me chama de amorzinho
...
tenta
desesperada
juntar os cacos
quebrados
de coisas
ditas
espalhadas
mal-ditas
palavras-penas
pelo céu
nuvens
trovões
relâmpagos
...
espalha flores
que flutuam
nas nuvens
a chuva cai
lágrimas
lama
pétalas
que sujenfeitam
meus chãosonhos
que gritam
insistem em viver
em sustentar a rosa única
..
Esta é minha postagem de número 100!!!

Republicando... "Espelhos do Ego"

Não tomo consciência de mim mesmo senão através dos outros, é deles que eu recebo as palavras, as formas, a tonalidade que formam a primeira imagem que tenho de mim mesmo. Só me torno consciente de mim mesmo, revelando-me para o outro, através do outro e com a ajuda do outro.
...
Mikhail Bakhtin
ESPELHOS DO EGO
...
olhos alheios
são espelhos do ego
...
a máscara que cobre
o ser podre de cada dia
dá hoje o que somos
...
olhos alheios
piedade de nós

Quero um Sol

Quero um sol
um céu
e sal
...
O Cruzeiro do Sul
e todo firmamento
sobre minha cabeça dura
...
A Lua reluzindo
grilos
uma música bem lenta
...
preciso
de
sal
sol
sul
céu
abraço
bem forte
e quente
e um beijo
ardente
...
preciso
e indeciso
piso
um verso qualquer

O Sonho...

O sonho acaba
no momento em que termina
de ser sonhado
...
quando contado
o sonho não é sonho
não é mais sentido
...
é narrativa
é razão

Antologia da Univap

Ontem cheguei de São Paulo quase meia-noite com um nó na garganta, uma palavra atravessada. Encontrei sobre a mesa uma correspondência da Univap: fui selecionado no concurso para a Antologia Poética 2005/2006 promovido pela Univap/Fundação Cassiano Ricardo. O título do poema: A Palavra Dura.
Maravilha e vamos que vamos!!! Biblioteca Livre é o que há. Vou libertar pelo menos a metade dos exemplares que receber desse livro. O mundo precisa de poesia. Não só a poesia que consola, que passa a mão na cabecinha, mas aquela que dá um tapa na cara do sujeito e o acorda pra vida!
Só há mudança quando há vontade de. E a vontade de parte do inconformismo. Quando uma mosca nos incomoda aí nos movemos, saímos do lugar. Por isso é bom espalhar algumas pulguinhas, como diz meu professor Villarta Neder, para que o sujeito pense um pouco.
É isso aí e bola pra frente!!!

Inconformismo


eu sou um inconformado
e mesmo que tenha tudo serei sempre inconformado
inconformado com tudo
porque os conformados já estão mortos
...

Cotidiano - Catedral


Composição: Kim/Julio
...
O meu desejo é profundo demais pra falar
E o que eu penso é dificil de alguem entender
A vida seque e os dias parecem iguais
Cade a vida que perdemos sempre ao viver?
...
Há crianças pelas ruas
Há desertos de dor
Há uma forma em cada alma
Um intenso rancor
...
Tantos medos nas esquinas
uma grande prisão
Tantos sonhos esquecidos
um vazio que vive no coração
...
O meu desejo é profundo demais pra expor
E o que eu penso é dificil de alguém aceitar
A vida seque e os dias não são tão iguais
Cade a vida que não conseguimos notar?
...
Onde mora a verdade?
Onde mora o amor?
Onde vive a liberdade?
Diz qual é seu sabor
...
Você anda pela ruas
sem respostas enfim
Mas a fé que eu tenho em Deus
Me faz ver o que sou, nunca fugir de mim
...
O meu desejo é intenso demais pra falar
Mas hoje eu grito e o que acredito eu vou levar
Para onde for, no dia a dia
Todo dia esse grande amor eu vou levar
...
OBS.: Não é meu costume publicar neste blog textos alheios, como letra de música. Mas, estou abrindo uma exceção para esta música que expressa um pouco do meu vazio, dos meus questionamentos, da minha angústica, do meu desentendimento do mundo, meu inconformismo com as coisas. Abraços a todos os navegantes e obrigado pela visita!!!

Você e(m) mim

À Ana Paula
...
Levou um tempo, como tudo, eu sei
mas descobri: não somos diferentes
...
o que não vejo seus olhos vêem por mim
e os meus, aquilo que você não vê
...
foi nos seus olhos, lindos olhos
que descobri o meu jardim
...
foi nos seus olhos também
que aprendi a ver o céu, a lua, as estrelas
...
nem sempre eu vejo
aquilo que você vê por mim
...
é por isso que vez ou outra
sem querer eu machuco você
...
mas seus olhos encaram o mundo, a vida
e penetram bem fundo em minha alma
...
nos seus olhos eu me vejo querido, amado
e em seu beijo imerso, no abraço envolvido, apertado
...
assim que eu descobri, entre um olhar e outro
que você é parte de mim, que não vivo sem você

Não custa nada tentar...

Estou aceitando proposta para trabalhar como Revisor de Textos e/ou Professor de Língua Portuguesa na cidade de São Paulo a partir do ano que vem. Entre em contato!
Um ótimo dia a todos(as)!!!

Liberdade

Rasguei meu umbigo
apaguei meu número
rompi concretos
com o meu silêncio
afiado
(des)afiando
a Física e a Faca

BIBLIOTECA LIVRE??? AMÉM!!!

Dando aquela voltinha virtual básica, passei pelo blog do Marcelino Freire (eraOdito) e lá vi um link para a Biblioteca Livre, um projeto do Jean Scharlau.
Confesso que fiquei deslumbrado com a idéia fantástica de uma Biblioteca Livre. Resumindo a idéia do projeto, funciona assim: o sujeito liberta um livro que gosta muinnnnnto para um amigo ou uma amiga e esse amigo ou essa amiga liberta para outro(a) e assim por diante. E se o sujeito não gosta muito tem que libertar, não se pode prender o livro. Isso é explêndido!!! A gente vê por aí (escolas, faculdades) bibliotecas onde os alunos não podem sequer escolher os livros na prateleira...
A Biblioteca Livre "é muito engraçada", como diria nosso Vinícius de Moraes: não tem parede, não tem chão, não tem teto, não tem nada. O livro é livre. LivroLivre!!! É livro para ser lido. LivroLido!!!
Fiquei tão encantado que já libertei um exemplar de "A Palavra é Mistério", Editora Scipione, 1995, contos de autores consagrados (Machado, Drummond, Rubem Braga, etc.) selecionados por Ricardo Ramos. Fiz o procedimento como manda o figurino da Biblioteca Livre e vamos que vamos!!!
E nesse tempo já recebi a resposta do caro amigo Jean Scharlau, que já me linkou por lá... Êta maravilha, thê!!! rss
Vale a pena conferir. Abraços a todos(as)!!!
***
P.S.: Que prazer libertar um livro!!! E melhor ainda que as pessoas se encantam pela idéia de uma Biblioteca Livre. Fiquei extremamente feliz com a primeira libertação.

Distâncias

A chuva.
E depois da chuva um céu azul.
E entre a chuva e o céu azul o arco-íris
E o Sol.
...
A tarde.
E depois da tarde uma noite inteira.
E entre a tarde e a noite inteira o infinito
E nós dois.

Hábito de Amar


espero-te, meu amor

espero-te, meu amor
braços abertos em cruz
...
já sinto a voz do vento
e teu perfume como luz
...
espero-te, minha flor
dos lábios o riso que reluz
...
já sinto um frio e tento
o abraço que me seduz

Fotos da Apresentação do meu Trabalho de Graduação

Apesar do brando inicial essas fotos vão ficar pra sempre na memória. E como disse uma amiga: "elas servirão para 'um dossiê da loucura'"...



..
amiga Sandra, Prof. Teresinha Nogueira (orientadora) e eu
.
com o Prof. Dr. Marco Antonio (coordenador do Curso)
..
com o Prof. Ravanelli (Gramático, Prof. de Latim)
.
Luciana (mana), Mônica (miguxa da Facul) e Drika (mana)

Bordas do Azul

tudo azul e eu aqui
entre paredes tomando banho de sol
matei-me
aquele que já não sou
...
já sou outros
em outros tempos

espaço-corpo

um copo na cama espera
ser sentido
...
um corpo na mesa espera
ser bebido

COrPO

preciso de um copo
preciso de um corpo
...
um copo que me tombe
um corpo que me abrace
...
um tombo que me levante
um abraço que me infante

Avesso do Verso

me viro do avesso e escrevo um verso
tão sujo quanto minha entranha
tão duro quanto minha alma
tão vazio quanto meu silêncio
...
isso que chamo de verso
se mexer fede

O Silêncio

Há um silêncio que grita dentro de mim
me enforca, me sacode
bota a palavra na minha boca
palavra que não sei dizer
por isso ando tão quieto
tão distante de mim mesmo
de garganta inflamada
voando contra o tempo
sem vento e sempre em tormento...

Merda

elçzlçdkjgfsajkgd
lasdklçgklaskgf
as´lfçasdçlkgçladsf
a´dsglçsdaçlgtklçasptoqw/
lakoghoqerojhijjdfnkjlhn
qotwioweou hyisjkldfng
alsahkldfoaopt oiewu ykjfndk
loayhioreuijyhikdfma
lkglka/opiyoptiweoqy uoipea
hogioroq ho
oifgoier
lgoidopaioteiw
tpqooweitgopweiortqw
oqiyoierwot
Merda!!!

Um Poema

um poema espera a pena
como a ema espera o vento

Depois de um silêncio...

Depois de um longo silêncio estou de volta no MicroPoema. Nada como a sensação do dever cumprido, que delícia! Falta pouco para terminar a Facul. e vamos que vamos. A apresentação na USP foi um sucesso, agora só falta apresentar o TG na Univap. Mas, o frio maior já passei, agora me sinto extremamente confortável...rss!!! Então, vamos pensar outros micropoemas...

Seminário USP - 16, 17 e 18 nov 2005

Acontece nos dias 16, 17 e 18 de novembro o IV Seminário de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa da FEUSP, Oralidade, Leitura, Escrita: Confrontos e Perspectivas.
Meu Trabalho de Graduação de Letras na UNIVAP é sobre Interpretação e Análise do Discurso de linha Francesa. Fui indicado por minha orientadora, a Prof. Teresinha de Fátima Nogueira, a participar com apresentação de trabalho. Fiquei extremamente feliz porque hoje recebi um e-mail comunicando a seleção de minha comunicação para ser apresentada no Seminário. Estarei lá, portanto, na quarta-feira à tarde apresentando o estudo INTER(PRET)AÇÃO E DISCURSO: UMA PROPOSTA DE RELEITURA, conforme programação do evento.
As inscrições para participar com apresentação de trabalho foram encerradas em 31/10/2005 e sem apresentação continuam abertas até o dia 10/11/2005. É só acessar o site da FEUSP e conferir maiores detalhes: http://paje.fe.usp.br/estrutura/.
Segue abaixo o resumo do estudo:
Diante de qualquer gesto somos incitados a interpretar: seja uma palavra escrita, um tom de voz, um olhar, etc.. Partindo deste pressuposto e considerando que, numa dada situação comunicativa, há sempre um Outro que responde ou se cala e, por isto, interage expressa ou tacitamente, é que lançamos um olhar reflexivo da perspectiva da Análise do Discurso de linha Francesa (Orlandi, 1996) para o trabalho de interpretação de texto proposto por um livro didático de Língua Portuguesa para o poema Coisas da Terra, de Ferreira Gullar. Para tanto, nosso estudo leva em conta as posições ocupadas pelos indivíduos em lugares socialmente determinados e em situações específicas de comunicação que vão determinar o que esses indivíduos podem ou não podem dizer. São, também, determinantes dos sentidos as representações que um sujeito faz de si mesmo e do outro e o fato do seu dizer ser atravessado por outros dizeres, outras vozes que ecoam em sua voz. Ao analisar as perguntas propostas para a interpretação do poema, explicitamos como estão funcionando no discurso os mecanismos de produção dos sentidos, que induzem/reproduzem/cristalizam os sentidos numa tentativa constante de fechamento das fronteiras de interpretação, para que seja preservada a autoridade das instituições, do professor e do livro didático, tido como portador de verdades inquestionáveis (Coracini, 1999). Assim, visamos não um método de interpretação, mas provocar deslocamentos necessários para um olhar crítico-reflexivo que avalie as múltiplas facetas de um texto ao interpretá-lo, sobretudo na sala de aula de Língua Portuguesa em que também as vozes dos alunos almejam gritar.

De Rio a Novembro

Hoje eu rio
como um rio e suas águas
...
Hoje eu rio
e minha felicidade tem endereço certo
...........................mora perto
...........................do coração de sampa
...
Hoje eu rio
como um rio que desagua na costa de Novembro
..........................este Oceano de desejos

Quem Sou Eu?

no silêncio das horas sombrias
não há tempo não há nada
sou apenas

????????????????????????????.......????????.............................????????
????????????????????????????.......????????.............................????????
????????????????????????????.......????????.............................????????
????????........................................????????.............................????????
????????........................................????????..............................????????
????????........................................????????..............................????????
????????????????????????????......????????...............................????????
????????????????????????????......????????...............................????????
????????????????????????????......????????...............................????????
????????.......................................????????...............................????????
????????.......................................????????...............................????????
????????...........................................????????.....................????????????
????????????????????????????..............????????????????????????????
????????????????????????????....................?????????????????????
????????????????????????????.............................?????????

Tento

KKKKKKKKK........KKK...KKKKKKKKK
KKKKKKKKKK......KKK...KKKKKKKKKK
KKK..........KKK.....KKK...KKK..........KKK
KKK.........KKK......KKK...KKK.........KKK
KKK.......KKK........KKK...KKK.......KKK
KKK....KKK...........KKK...KKK....KKK
KKK..KKK.............KKK...KKK..KKK
KKK.....KKK..........KKK...KKK.....KKK
KKK.......KKK........KKK...KKK.......KKK
KKK..........KKK.....KKK...KKK..........KKK
KKK............KKK...KKK...KKK............KKK

rir

RIR
RIR
RIR
RIR
RIR
GARGALHAR

Paisagem

.....................De um lado
barulhenta
....................a Cidade
....................................carro e gente que corre
....................................como sangue da cidade

....................................nas ruas e avenidas
....................................entre pedras e concretos
...
...................Do outro o Banhado
e com assiduidade
...................o Sol
...................em silêncio

silenciando a Cidade

Do livro Quando Uma Alma Encontra Outra

laços do nosso amor

os laços do nosso amor
andam soltos às vezes
a gente se atropela de vez em quando
e depois se amarra novamente
e assim o tempo nos ensina
entre verbos e advérbios
que amar não é transitivo
que amar é ligação

Sonholongo

Deito para dormir mas não consigo
Os sonhos domam o sono
E os pernilongos me assaltam esfomeados
Como leões selvagens disputam minha carcaça
E me tiram o resto de sangue que me resta
Ouço uma tropa de pernilongos se aproximando em passo cadenciado
Suas turbinas a buzinar nos meus ouvidos
É impossível dormir num inferno de pernilongos
Já contei todos os azulejos da cozinha
Passei para os da sala, fiz revisão
Agora contemplo as paredes do meu quarto
Malditos pernilongos que não me deixam em paz
Quase não levantam vôo de tanto sangue
Se me vissem achariam que jogo tênis
Mas eu esmago pernilongos com uma havaiana na mão

Do livro Quando Uma Alma Encontra Outra

O Preço de Um Homem

um homem é medido pelo que tem
é amado pelo que tem
casa, carro, comida
isso é tudo na vida
o resto é casca e catarro também

Morte

um dia a gente senta e pensa: o mundo é uma bosta
aí bate no peito um desejo enorme da noite
uma noite sem roupa e quente como gelo
deslizando seus lábios sobre o corpo
aí a gente deita numa cama boa
fecha os olhos e sonha
e o sonho já é
morte

beijo de esgoto

Num gesto te beijo
meu beijo de esgoto
um gesto me impede
meu beijo no esgoto

espuma temporária

Quem sou eu? Nada sei de mim
transparente espuma temporária
vago no abismo da estratosfera
sem passado e sem futuro
um abismo em mim mesmo
uma pena que se move
sobre a folha nua
na tentativa
inútil
útil
til
de escrever um poema
que tenha asas
que voe
ema
ma
e

O Cego

quando se está por cima da carne-seca
é fácil não ver os ossos
que se atropelam
no abismo
da
miséria

O Culpado

homens covardes:
criam demônios
para ter um Deus
autor de todas as desgraças

Dane-se

dane-se o tempo, danem-se as vontades
dane-se o ser, dane-se a confiança
todo o mundo é composto de danança
danando sempre em todas as idades
***
Um abraço para Camões!

Esgoto

esgoto
e gosto
o gesto
te goso
o ego

corpo-porco

um copo de vinho
um corpo vivinho
um sopro........................................ um beijo
um porco vivinho
arroto
ecos...............................................um prato
corre...................................um rato
um ato.............................ufa!

Bate-Boca-Brasil

Um bom dia a todos!!! Bom, terminei meu Trabalho de Graduação e, enfim, perto do fim a facul e vamos que vamos! Tão logo resolva alguns compromissos pendentes voltarei a me dedicar na publicação do Quando Uma Alma Encontra Outra que prometi para o fim deste ano. Se for para tirar do bolso o cascaio, não sei não viu, vendendo almoço pra comprar janta. A coisa tá branca como uma nuvem negra... kkkk... uma bela metáfora! Mas isso tudo é pra disfarçar e dizer que está tudo bem. Tirando o que não está bom fica tudo belezinha, como diz um amigo meu. Mas, no entanto, todavia, contudo... se uma editora me DESCOBRIR (e não pretendo ficar pelado) serão outros quatrocentos, quero dizer, outros quinhentos. Tanto faz, cem conto não deixa ninguém mais rico nem mais pobre. Tô acostumado a dar dinheiro pro Estado, pra Telefônica, etc. Se bem que tem mineiro por aí que pula o portão pra não gastar a dobradiça....kkkkk. Foi o que fuxicou um outro amigo meu. E como diz o José Simão, nóis sofre mais nóis goza! Êta vida de louco! E daqui a pouco já é hora de ir trampar. Bom dia a todos e vamos que vamos. Um abraço de urso e inté mais!!!!

não sinto, não sou

a parede nua e fria
e um risco na parede
rasgando teu nome
gritando teu corpo
...
meu sangue frio
e um trovão na janela
relâmpago que parte meu ser
não sinto, não sou

SER POETA I

Navegantes,
não tenho postado ultimamente em virtude do curto tempo... Mas vamos que vamos e aqui vai mais um micropoema:
...
SER POETA I
...
Queria escrever um verso absurdo
obscuro
obsceno
...
com palavras do avesso
começo
de um poema
...
constituído de fatos, tripas e coração
ferida mexida: carne viva e sangue
pequeno que fosse

o mundo vai acabar

meus olhos estão cansados
o que dizer depois de um dia sem piscar?
o ser humano me assusta
o mundo vai acabar
e meus futuros filhos?

Navegantes do MicroPoema...

Navegantes do MicroPoema e Cia Ltda, os já assíduos e os que ainda estão descobrindo, informo que o tempo tem sido muito curto, infelizmente não consegui postar anteontem e ontem, quando vi - meu Deus!!! - já passou... Já é hoje! Então aqui vai mais um MicroPoema:
...
Afrodite
...
Minha deusa dorme de olhos abertos,
de sorriso contente e abrasador;
intimamente dorme e sonha.
Seus cabelos são como folhagens,
véu de plumagens cobrindo sua face angelical,
penas de anjos sobre seu corpo inteiro.
Seu coração parece nem pulsar,
mas ela sente a vida e deseja um beijo:
posso ver nos seus olhos que reluzem.
Tem o rosto transparente
reclinado sobre o travesseiro de pedra.
Sua pele é macia e suave, quase pálida...
não me diz nada e eu compreendo tudo.
...
Do livro Quando Uma Alma Encontra Outra
Um abraço a todos/todas e voltem sempre!!!

Espelhos do Ego

olhos alheios
são espelhos do ego
...
a máscara que cobre
o ser podre de cada dia
dá hoje o que somos
...
olhos alheios
piedade de nós
É, às vezes a gente acaba machucando algumas pessoas por não pensar duas vezes antes de dizer as coisas, principalmente aquelas pessoas que amamos e que também nos amam. Às vezes nos perdemos em conclusões precipitadas. Aí, não dá para voltar atrás. O jeito é ser humilde e pedir desculpas... e esperar uma resposta da outra pessoa. De vez em sempre a gente machuca alguém. Isso dói dos dois lados. Mas... boa semana, saúde e paz!!!
o sexto
sentido
existe.
...
execute
o programa

Lavrador de Palavras

madrugada bruta........................
........frios latidos
ecoam pela cidade
...........finos gemidos
de fêmeas no cio...
...
algumas lágrimas
e outros soluços....................
.............................................de crianças na rua
...
madrugada bruta......................
.............................eu já de caneta nas costas
...........................sou lavrador de palavras

Mais uma vez...

Navegantes do MicroPoema, mais uma vez estamos aqui. Agradeço a todos pela visita, voltem sempre e aqui vai mais um microdesabafo, ou melhor, um micropoema, como se quiser:
***
O mundo é uma bosta
mas é preciso gozá-lo
nascemos de uma gozada
***
E vamos que vamos porque o tempo não pára e eu tenho que terminar meu Trabalho de Graduação. A gente se vê sempre por aqui. Um abraço de urso e inté mais!!!!!!!!!!
Ahhhhhhh sim, sinta-se à vontade para participar, deixar sua crítica, sugestão, pedido, etc... É só clicar logo abaixo em COMMENTS e soltar o verbo. Se quiser enviar qualquer texto para um amigo/amiga é só clicar no envelope e magavilha!

A Bunda do Bonde

a bunda do bonde
(canguru metálico)
nua na rua
desfila discreta
sem pudor peida
monóxido de carbono
...
há muitas bundas numa rua
ninguém vê COcô
na bunda do bonde

Sinto e Desejo

quero um copo de beijo
um cálice de sexo
...
que meus dedos revelem
da fina roupa que te vista
um oceano em chamas
e entre nós espaço algum exista
...
eu como um rio
a percorrer teu corpo inteiro
...
entre sussurros e palavras
sinto teu cheiro
sinto e desejo
teu beijo
anseio
seio
eu

Navegantes do MicroPoema...

Olá navegantes do MicroPoema!!! Tenho novidades: este blog está aparecendo na primeira página do Google ao se procurar por MicroPoema ou Lucimar Justino. O que isto significa? Significa que está tendo um número considerável de acessos. E isso é ótimo. Fiquei feliz da vida!!!! Maravilha e vamos pra frente que atrás vem gente!!! Só tenho a agradecer a todos vocês que por aqui navegam saboreando essas palavritas!!!
Um abraço e vamos micropoemar!!!

Você...

joga um verbo na minha cara
e adjetivos por todos os lados
...
nivela por baixo e explode
como ondas em alto-mar
...
esvazia meu oceano
de substantivos concretos
...
e me bota mudo
em
s
i
l
ê
n
c
i
o

Dois MicroPoemas

Palavra Dura
...
A palavra dura na garganta
não desce nem sobe
para ser vomitada
...
A palavra dura na garganta
machuca minha alma
já muito cansada
...
Como uma farpa na garganta
a palavra é silêncio
que quer gritar
...................................................................................................
Presente
...
Olhos nos olhos
boca na boca
...
Quebro o relógio
pro tempo parar
e congelar nosso beijo
...
e
t
e
r
n
a
m
e
n
t
e
...
hoje
...
Do livro Quando Uma Alma Encontra Outra

Tento, tento tanto...

Tento, logo desisto, Leminsk. Tento escrever um poema e nada, puts-grile!!! Sacola da mãe Joana!!! Um grilo que grila na cachola. Grila, grila, grila! Um micropoema. Tento tanto. E o vento de pensamentos na minha mente insana, vazia, buraco negro num universo de nós. Não o pronome, mas o nó. Aquele que amarra os neurôneos por áreas endrógenas do cerebelo. Debaixo de cabelo de careca. Cabeça que não pensa e age por instintos! E que se dane o mundo: esse formigueiro humano de idiotas; esse cupinzeiro de hipócritas capitalistas; essa praga de parasitas sedentários. Não quero pensar mesmo... que se dane! Pensar é estar doente dos olhos, disse Caeiro desguardando seu rebanho. E algumas ovelhas fogem, com fome, e gritam. E todas as ovelhas cagam no meio do caminho. Que merda! E esses cupins se proliferam em progressão geométrica. Vão comendo tudo que encontram pela frente, deixando apenas cagadas. Cai o barraco. Uma criança no olho da rua, do farol, do viaduto. E o cupim continua. Bando de formigas atômicas em suas máquinas de quatro rodas. Estamos destruindo o Planeta. Quero um copo d'água! Um copo d'água, por favor!!! Moço, me dá um centavo? Me dá um pão? Não quero pensar nos outros! Mas eu sinto, vejo. Sou criança. Quero um abraço! Quero um beijo! Sinto saudades. Quero um colo! O menino que corre sem camisa. E sorri da vida, pra vida! E que se dane o mundo. A madame passa com seu cãozinho de paletó e gravata! E muita gente no rabo rua, nos becos, em todos os cantos, como praga a ocupar o mundo. E o que fazemos? Nada. Estamos destruindo a Terra. Tento, tento tanto. E não agüento. Escrevo um poema!!!

Mundo Imundo

O mundo me cobra
persegue-me
tenho medo
e minha sombra
segue-me
como cobra
à espreita

Tenho medo de mim
do meu passado triste
do meu presente sujo
do meu futuro incerto...

Droga de mundo
que me droga
rouba minha liberdade
devolve libertinagem
fantasias
ilusões...

Mundo imundo
levo a vida
e a vida me leva
para o fundo
do poço
amarra-me pelo pescoço
e sufoca meu grito
de Liberdade
de infinito

Põe nos meus olhos
a imagem
do cão
e faz lavagem
cerebral
nos meus ouvidos
mas meu grito rouco
meu canto louco
emergirá!

do livro Gritos de Liberdade

Cópula

copo..cheio
corpo...... . seio..
copular

Valeu Marcelino e Aquele Abraço!!!

Olá Navegantes do MicroPoema, fiquei mega-feliz que o Marcelino do eraOdito deu uma passadinha por aqui ontem e me enviou um comentário-crítico bem interessante, recomendando que eu "jogue mais cisco no ventilador, merda no ar-condicionado" e vamos que vamos, porque afinal bom texto é aquele que incomoda, que mexe ali na ferida e nos faz refletir. E a esse respeito nos fala Bradley ao dizer que "um dos efeitos da poesia deve ser dar-nos a impressão, não de descobrir algo novo, mas de recordar algo esquecido. Quando lemos um bom poema, pensamos que também nós teríamos podido escrevê-lo; que esse poema preexistia em nós." (BORGES, 1989:257)
E assim desejo a todos um ótimo domingo e até segunda porque amanhã estarei excluído da grande rede. Inté!!!

O Outro

é fácil bater a porta
..........................o telefone
..............................uma palavra
e que se dane o outro
...
é fácil dizer não sem palavras
.........................não ouvir
.................................não ter tempo
e se esquecer do outro
...
difícil é ser o outro
24/09/2005

Amor, coisa de trocha

Amor, coisa de trocha
que se preocupa, procura, liga
e não encontra, da vida se desliga
...
essa flor rocha que inflama
cacho de formiga no vão das coixas
amor teimoso, tanto bate até que apanha
24/09/2005

O Milagre

Um ósculo e
óculos quebrados
e um ovo
evolui
óvulo e
espera o
esper-
-mato-
-zóide
esperto e
vivo

Cosmospermas
perdidos
pernas
ralos
privadas
privados
de vida
mas dentre
trilhões
sou um
do livro Quando Uma Alma Encontra Outra

Nu Começo

Nu começo:
...............................................era verbo
(amar?)..................................................................
...............................era sonho, era signo
..................................era nome,.................................. pô-ema
.........................................que se fez carne
.........................................que se fez vácuo
fato
.tripa
........................................que se fez gente
......................................que se fez livro

Hábito

Habito solitário
e quando chego em minha toca
ponho todos os meus rabos pra dentro
e depois abro as portas dos meus livros
e as palavras pulam, cantam, gritam, gozam...
sussurram em meus ouvidos
seus sólidos segredos
e tomam conta da casa toda
ultrapassam as paredes como fantasmas
tiram a minha roupa
se atrevem a entrar sob meus cobertores
e me acariciam como lajotas, tijolos, blocos e pedras
até que eu durma
em paz
sem palavras
sem...
...........pa...
...................la...
............................vras...

Espaço Qualquer

Me sinto deslocado
Num canto qualquer
Do imóvel
Locado
Numa esquina qualquer
Numa ex-quina qualquer
Do móvel
Deslocalizado
Num espaço qualquer
Entre a minha angústia
E as paredes gélidas
De um espaço qualquer

Conversapoetando

Olá navegantes do MicroPoema! Espero que estejam gostando dos pratos que aqui são servidos. Hoje quero conversapoetar um pouco com você. Para termos uma relação assim mais íntima, amigos pela palavra enfim. O fato é que aí já vem a todo a todo vapor 2006. E a coisa tá preta. Minha santa margarida das costas! O fardo tá pesado! Trabalho de Conclusão de Curso na Faculdade, trabalho, alguns projetos e... pouco dinheiro, pra variar. Mas isso não é tudo, claro. É só uma parte de tudo. E assim vamos indo... Um hora levando a vida, outra a vida nos levando. E o buraco é fundo, quase um abismo. Mas, espero que até o fim do ano saia meu novo livro, o Quando Uma Alma Encontra Outra, conforme prometi para amigos e inimigos. E fico feliz que já tem gente perguntando quando é que sai. Isso é ótimo. Magavilha!!!
Último ano de Letras, já vai dando assim uma saudade de tudo. E aí a gente pára pra pensar em tantas coisas que poderia ter feito, inclusive mais amigos, amigas... É com certa nostalgia que vivo estes dias. Algumas pessoas se tornam muito importantes em nossa vida. E por outro lado muito feliz. É maravilhoso estar chegando próximo do fim que na verdade é apenas mais um começo para uma nova fase da vida. E assim vamos indo em cada uma de nossas conquistas, sejam elas quais forem. O importante é lutar. E saborear cada conquista.
Agradeço você que passa por aqui mais uma vez e conto sempre com seu prestígio. E você que me conhece agora, espero que volte sempre! Continuarei publicando meus poemas por aqui e, em breve um livro, dois livros... e vamos que vamos porque o negócio é não parar.
Um grande abraço a todos!!!
Lucimar

Procuro Meu Sonho

A rosa dos sonhos

que tive na infância

murchou lentamente

voou levemente

...

Não vejo o sonho

e nem a saudade

ficaram perdidos

no tempo vazio

...

Há lágrimas, hoje

tão secas no olhar

que triste me sinto

na falta de alguém

...

Procuro meu sonho

no escuro do quarto

encontro o passado

brigando comigo

...

do livro Gritos de Liberdade

Eu Te Amo

o vento

folhas e flores no chão

meu caminho enfim

ganho asas

vou sozinho

tenho saudades

ela toca toca o infinito

desse céu azul

que há dentro dos meus olhos

...

preciso de você

eu te amo

O Menino Sujo no Luxo

o lixo mexe com o menino
o menino mexe o lixo
o lixo é mexido pelo menino
...
o menino sujo no lixo
é gente,
..................tem fome,
............................................procura um pão
...
o lixo sujo no menino
é bicho,
...................tem nome,
.................................................e não existe não...
......
o menino sujo no luxo
........é luz e noite
........................................eclipse lunar
...
Ontem, ao passar pelo centro de São Paulo eu vi um menino perto de alguns sacos de lixo jogados na rua. No meio da noite. E ele olhava ao longe, fitando o horizonte de calçadas e concretos e faróis. Talvez esperasse alguém... Talvez observasse alguém... O menino e o resto de luxo no centro de São Paulo.
Daí fiquei pensando no menino e no lixo... Nasceu este poema.

Portas

portas batidas

a mão que toca a porta

e gira a chave e fecha

e prende, impede

o amor que fica fora

e bate à porta

A Caverna

o céu noturno
no caos urbano
...
aeromoças desfilam
no trânsito celeste
...
palavras transitam
por fibras ópticas
...
não se houve a voz
não se sente o toque
...
há um despontar
de estrelas sombrias
...
luzes da caverna
projetando da janela
...
iluminam a cidade
estrelas solitárias
...
Com este poema desejo um ótimo fim de semana a todos que passarem pelo MicroPoema! Obrigado pelo prestígio e voltem sempre. Até segunda-feira. Estou indo para São Paulo logo mais! Um abraço!!!

Ilusão

a fome nos olhos

a barriga nas costas

o pobre do homem

na sua lida de cego

esquece da vida

caminha pra morte

Jardim Secreto

há um vazio bem grande dentro de mim
cabem todas as pessoas que eu amo
e ainda sobra espaço
o espaço em que cultivo meu jardim
flores lindas eu já plantei
mas ninguém compreende o meu vazio
a beleza que eu posso construir dentro dele

do livro Quando Uma Alma Encontra Outra

Coca-Cola

Quase louco
de paixão
caio
na cadeira
de um bar
...
Chapo a cara
e encho o coco
de coca-cola
...
Quando acordo
da ressaca
tenho em cacos
meu coração
carente

do livro Quando Uma Alma Encontra Outra

Pensando um pouco... nos outros

Como é bom estar de barriga cheia, não é? Não jantei, mas comi um americano. No sentido literal da palavra, obviamente. E também tomei uma Coca-cola, claro. E aí fiquei pensando cá com meus botões: quando a gente está de barriga cheia não pára pra pensar nos outros.
Engraçado, neh? Não sei se você já pensou nisso, mas quando a gente tá com aquela fome de cão sem dono a gente procura qualquer coisa pra comer... e quem sabe pensa nos outros.
Comendo americano e tomando Coca-cola... ainda estou de barriga cheia. O capitalismo não digere dentro de mim, fico matutando, fico pensando nos outros que não têm um americano para comer.
E a tá todo mundo aí comendo americano. Se não por vontade própria, por imposição. São os EUA dominando/controlando o mundo.
E penso nas muitas fomes do nosso povo brasileiro. E tem gente que nem sabe a hora que tá com fome. Isso dói. Mais que a fome.
A educação de qualidade é um desses pratos mal compartilhados. Comemos gatos por lebre. E continuamos comendo americano e tomando Coca-cola.
Enquanto saboreamos um americano não vemos que somos comidos.
16/09/2005

Um dedo de prosa à toa

Olá galera do MicroPoema.com!!! Hoje já é quase amanhã que será um outro dia e tá aí com esta noite inteira no meio e uma cama me chamando para dormir e sonhar um sonho de amor mais bonito onde nem tudo seja possível de se realizar porque é essa a vida e não teria graça viver se já tivéssemos a certeza quadrada de tudo que nos acontecerá no próximo segundo em que nem acabei de escrever este texto e que você ainda está lendo e cairá um raio na sua cabeça... UFA!!! Amém. E agora, vamos dormir.
Hoje não tem poemas crianças...Inté mais!

Um Copo de Poema

Olá navegantes do MicroPoema!!! Fico feliz em poder contar com todos vocês que passam por aqui prestigiar meu trabalho com a palavra, meus micropoemas, meus desabafos que, na verdade, são seus também. É a expressão da alma humana.
...
E tenho filosopoetado com meus botões que às vezes tenho a pesada impressão de que estou ficando louco. Calma! Não se assustem. Isso é apenas um lado da moela. O lado de dentro, quem sabe...kkkk. Você já viu uma moela??? Pois é. É o avesso do absurdo sujo! Minha santa efigênia!
...
Poisintão (isso mesmo que escrevi), é o questionamento do mundo, o estranhamento do mundo na palavra, pela palavra e, tudo isso batido no liquipoetificador é que vai dar o micropoema. Aceita um copo??? Que bom, fico feliz! Então, tome à vontade. Pode repitir sim. Volte sempre!!!
Inté mais!!!

O Amor Entende

nada como um dia após o outro
com uma noite no meio
...
um sonho............................................................
um copo................................
um corpo.........
...............um seio
...
é tudo quanto quero....................................
.............................é tudo quanto anseio
...
.......................no peito da noite
um balde de leite.............................
.......................................................................cheio

Loucuras

Gostar de você é um erro!
Ao me apaixonar por você
fiz o meu próprio enterro.
...
Gostar de você é loucura!
Ao me entregar a você,
diz, não fui pra sepultura?
...
Do livro Gritos de Liberdade

Anelação

Não aspiro

mais que um beijo

meu desejo

no papiro

...

Quero o novo

meu anélito

tão inédito

quanto um ovo

do livro Gritos de Liberdade

E o Verbo Se Fez Sangue



O rapaz estava ausente num canto da sala. O professor apareceu na porta, deu uma olhada varrendo todo o espaço e entrou. Aula de Introdução à Semiótica. Começo de semestre depois das férias de julho.
...
Na véspera daquele dia o rapaz chegara. Estava radiante por ter descansado um mês inteiro do barulho infernal da cidade grande.
...
Abriu o portão, cumprimentou o porteiro com um sorriso de boa tarde, disse algumas palavras, pegou o elevador e subiu.
...
Quando fechou a porta atrás de si teve um choque: tudo era diferente. Não ouvia mais a voz de sua mãe brava gritando com os netos, irmãos. Sentou-se no sofá da sala e ficou a sentir-se a pessoa mais sozinha do mundo. Esperou. E o tempo foi passando. Mas não ouviu seu pai chegando e o barulho do carro ao lado na garagem enquanto ele, o rapaz, assistia à TV. Não era a mesma casa. Não havia o pai perguntando de sua pessoa para a mãe.
...
Averiguou o quarto. Não era também o mesmo. Foi à cozinha procurar alguma coisa para comer. Tudo diferente. Não havia o café que sua mãe preparava. Não havia biscoitos, pães de queijo. Nada. Só o vazio.
...
Foi ao banheiro, desesperado. Contou todos os azulejos. Não era o mesmo também. Virou-se para o espelho. E, de repente, o outro. Não era ele. Estava nu. No mais profundo vazio de si mesmo. E então chorou, chorou... Chorou tanto que já não havia mais o que chorar.
...
Seu corpo estava ali no piso frio do banheiro. A porta trancada. Ninguém o acharia. Era o fim. O fim mais ermo e sombrio do mundo.
...
Ao lado da privada. Braços esticados alcançando o cesto de lixo de um lado e um caco de espelho do outro. Seu reflexo no espelho quebrado. Partes de um homem espalhadas pelo banheiro todo. E silêncio apenas. Não tinha mãe, não tinha pai, não tinha irmãos, não tenha sobrinhos para chamá-lo de filho, de mano, de tio.
...
Estava só. Sem família. Sem afeto. Sem agrados. Entre quatro paredes frias. No silêncio de sua solidão. Era o outro. O outro que ele havia esquecido. O outro que batia à porta implorando vida.
O outro arrombou a porta, acariciou o rapaz e, no meio de sangue e lágrimas o matou.
...

FracaFria

MicroCrime
MetroTreme
MetreTrome
mocre
mecre
cremo
crime
mocre/cremo
mecri/crime
cremecre
cromo
cru
á

Desejo

o poço é muito fundo
para um corpo em chamas
toda água é pouca
há uma sede
infinita e louca
...
um corpo em chamas
é fogo

O Chão é Cama

O chão é cama para o amor urgente,

amor que não espera ir para a cama.

Sobre tapete ou duro piso, a gente

compõe de corpo e corpo a úmida trama.

...

E para repousar do amor, vamos à cama.

Drummond, in DECLARAÇÃO DE AMOR, Record, 2005.

...

Aviso aos navegantes do MicroPoema que neste sábado e domingo não estarei postando, mas na segunda estarei de volta. Vou respirar o ar da montanha para voltar mais inspirado na segunda-feira. Inté mais!!!

Eu Existo?

Tenho
...
Certidão de Nascimento
(estou vivo)
...
Carteira de Identidade
(sou único)
...
Cadastro de Pessoa Física
(sou de carne e osso)
...
Carteira de Trabalho
(não tenho emprego)
...
Cartão de Crédito
(nome sujo na praça)
...
Cartão de Débito
(Real Universitário)
...
Título de Eleitor
(sou importante)
...
sou gente, existo
...
e pago caro por isto
...
Atestado de óbto: não tem preço!
(por via das dúvidas uso Mastercard)
....
.....
Poema publicado originalmente no site LeiaLivro em 19/08/2005, em que um leitor faz um interessante questionamento que acredito seja ilustrativo constar aqui:
...
Jander Alcântara: Não entendi esse seu "por via das duvidas uso Mastercard", você elogia ou critica? Primeiro decida e depois intensifique, tenho certeza que irá melhorar muito. Mas saiba que você tem muito talento, eu só não poderia era deixar de observar isso. Parabéns!
...
Lucimar Justino: Olá Jander!!! Ao escrever "por via das dúvidas uso Mastercard" na verdade não tive a intenção nem de elogiar nem de criticar. Penso que se há uma determinação do objeto por parte do autor, ou seja, se o sentido é predeterminado, perde-se o prazer do texto que reside exatamente no estranhamento que ele provoca. Mas estive refletindo sobre seu questionamento... acredito que o poema sintetiza nossa sociedade capitalista, consumista. Desde que nascemos somos relacionados como números, estatísticas. E recebemos uma identificação, somos controlados pelo Estado. E ao morrer ainda pagam para que sejamos postos no buraco, para que se dê baixa em nossos identificadores. O último verso pode ser uma síntese dessa vontade de viver que trazemos em nós, dessa vontade de ser, apesar de todas as adversidades, consumidores em potencial. Afinal, numa sociedade de consumo quem não tem dinheiro, quem não tem poder de compra não existe, não é gente... Em suma seria isso, porque essa questão de interpretação é bastante complexa, existem estudos interessantíssimos a respeito. E vale lembrar que a historicidade (conhecimento prévio, convívio social...) do sujeito (leitor) interfere muito na produção de sentido (ou sentidos) de qualquer texto, principalmente o literário. Por fim, muito obrigado pela apreciação e por dizer que tenho talento. Fico feliz. Um abraço!!!

Tempo

Dormir, por um segundo,

É risco de não vir

A ter mais o mundo

No segundo do porvir.

...

Todo cuidado é pouco

No segundo fatal,

Melhor não ser louco

De perder a hora matinal.

...

Um segundo traz a vida

E a molda no espaço

Da existência à partida

Ao ritmo de um compasso.

...

Um segundo leva a vida

E a sopra o vento

Sobre a flor umedecida

De lágrimas e pensamento.

...

Do livro Gritos de Liberdade, Papel & Virtual Editora, Rio de Janeiro, 2003.

Tempo II

Tempo atrevido,
..........tempo inimigo
....................dos amigos
..............................das horas ocasionais.
..............................Tempo fingido,
....................tempo amigo
..........dos inimigos
das horas matinais.

...

Do livro Gritos de Liberdade.

Verde Bandeira



Ferem-te e segues,

em pés leves,

de bem em breve.

Tem quem te pegue?

...

Verdes que, de verde,

quem quer se lembre

que nem cedo vedes,

esse verde leve e sempre.

...

Vê que sem terdes

este leque em mente,

de pé perdes

em vezes de repente.

...

Quem deste verde bebe

de se encher,

pense que dele se serve

quem quer apenas viver.

...

Este poema está no livro Gritos de Liberdade. Observe que o poema foi escrito usando-se a vogal e, exceto as palavras bandeira do título e apenas e viver do último verso.

“Independência ou morte”



vamos hastear a vida
vamos hastear o amor

vamos hastear um sorriso
vamos hastear a paz

vamos hastear o presente
vamos hastear a esperança

vamos hastear a justiça
vamos hastear a igualdade

vamos hastear a ordem
vamos hastear o progresso

vamos hastear o futuro
vamos hastear o Brasil

07-09-2005


Concurso Literário


E sai nesta quinta-feira 8/9 o resultado da 7ª Edição do Prêmio Literário "Manuel Maria Barbosa du Bucage", nas categorias Poesia e Ensaio, promovido pela LASA, em Portugal, do qual estou participando.

Aviso aos navegantes: se você está visitando este blog não deixe de retornar porque estarei publicando sempre textos novos. Aprecie, participe, dê sua opinião. Ela será muito preciosa para mim.

Aquele abraço!!!

Presente


Olhos nos olhos
boca na boca

Quebro o relógio
pro tempo parar
e congelar nosso beijo

e
t
e
r
n
a
m
e
n
t
e

hoje
...

Poema Sem Nome



É duro quando a palavra é seca
não diz o que a alma sente
e o silêncio é maior que tudo
e não há outros olhos para olhar
só a tela de um computa-dor

conto os minutos
e a vida passa bem depressa
quando vejo já é amanhã
e estou sozinho em plena madrugada
a sonhar o dia que está por nascer

mas outras vezes eu durmo
e meu sono é quase uma morte
de manhã acordo com vontade de ficar
a cama é tudo que tenho de bom na vida
o mundo é só um sonho frustrado

um monte de teclas sob meus dedos
que deslizam secamente pelo teclado
a dizer qualquer coisa e que se dane
porque não há a explicação da vida
há apenas o sabdor de viver

3/09/2005

Medo da Vida

medo da vida
medo do amor
dedo do passado
medo da dor
medo de amanhã
dedo do pecado
medo do prazer
medo dá morte
...
medo: dedo da morte
cutucando a vida

Gramática Genial

"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula, ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."

Esta é uma redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco - Recife) e que obteve vitória em um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática da Língua Portuguesa.

Quando Uma Alma Encontra Outra



Esse é o título do meu livro inédito para o qual estou procurando uma Editora. Os poemas aqui publicados fazem parte de Quando Uma Alma Encontra Outra. Meu objetivo é publicá-lo ainda neste ano, se tudo der certo. Estou vendo algumas possibilidades.

Espero que você tenha gostado de visitar meu blogger! Não deixe de comentar, de sugerir ou criticar. Conto com a sua contribuição, pois ela será muito útil no sentido de saber o gosto do leitor.

Caso tenha gostado, volte sempre. É um prazer saber meus poemas apreciados por você, leitor e leitora. E por isso procurarei estar sempre atualizando esta página.

Caso queira enviar um e-mail: lucimarjustin@hotmail.com

Um abraço!!!


Lucimar Justino



A Vida



A vida é muito curta
É só um suspiro de horas
Minutos e segundos que vão passando

Há em cada segundo uma vida
Uma vida para ser vivida

A vida é curta
A vida é breve e passa
Não cabe num poema a brevidade da vida

Espaços

Entre minha solidão a a tua,
amada,
há um céu
e um abismo
sem
f
i
m

Seios



No seio da noite acordo
e os procuro
com minhas sedentas mãos
quero o tato, contato, toque
mas de repente constato
no duro cimento
que separa minha cama de outros concretos
que a noite seios não tem

As Sem Razões do Amor

 Quando se somam os talentos de um grande poeta, um grande músico e um ótimo fotógrafo e produtor, o resultado é este. Tem como não se encan...